Anuncia-se, talvez pela enésima vez, que esta será uma semana determinante para a vida e para o futuro da União Europeia e para o início da recuperação da grave crise que afecta parte significativa dos seus Estados-Membros. Na Grécia multiplicam-se os tumultos à velocidade que se sucedem as medidas de austeridade que quase sempre têm significado novos e mais impostos sobre os contribuintes. Hoje, o Primeiro-Ministro grego estará em Berlim, ao lado de Merkel, em seminário mais importante por o que se dirá nas conversas de bastidores do que pelo que será afirmado em público; dentro de dois dias, será o Bundestag a pronunciar-se sobre a flexibilização das regras de funcionamento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira – flexibilização decidida na Cimeira de 21 de Julho mas que ainda não passou do papel. É cada vez mais nítido que a Europa da União se defronta com duas velocidades: a velocidade da economia real, imparável e inelutável, caminhando ao ritmo que lhe é assinalado pelos mercados financeiros e especuladores que ameaçam permanentemente a dívida soberana de muitos dos seus Estados; e, depois, a velocidade institucional, a velocidade a que as suas instituições e as instituições dos seus Estados-Membros são capazes de reagir e de fazer frente aos desafios da realidade. Afigura-se, cada vez mais evidente, que essas duas velocidades são contrastantes e andam a ritmos descompassados. E aí reside uma das essências duma crise que, fundamentalmente, é uma crise de excesso de endividamento dos Estados e de falta de liquidez do sistema bancário – associação que, se não for atalhada como se impõe, se poderá mostrar explosiva. Apesar de não ter começado bem – com Olli Rehn a sugerir um aumento do FEEF para dois biliões de euros e o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, a negar terminantemente tal possibilidade, tudo a par com a sugestão da senhora Merkel de que os Estados incumpridores dos critérios de convergência vissem a sua soberania diminuída – é mais uma semana de expectativa que se antevê. Foi esta a essência do comentário produzido hoje por amável convite da TSF e que pode ser parcialmente escutado aqui ( http://www.tsf.pt/paginainicial/Noticiarios.aspx?content_id=2021911 )
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