Foram mais de 70, da esquerda à direita, que se atravessaram por uma ideia que muito irritou o senhor Primeiro-Ministro, que nem tentou esconder ou disfarçar o mal-estar: reestruturar a dívida pública portuguesa. Na extensa lista de signatários contam-se ex-Ministros da Finanças, de diversa origem e diferente proveniência política; não sendo suposto que a ideia de defesa do interesse nacional seja propriedade em exclusivo de alguns especialmente dotados e iluminados pela providência divina, talvez a forma mais inteligente de reagir ao manifesto fosse admiti-lo como ponto de partida para um diálogo intelectualmente sério e honesto e como primeira manifestação concreta do tal consenso que muitos andam reiteradamente a pedir e insistentemente a inconseguir. Em vez disso, exonerando ou aceitando pedidos de exoneração, foi o próprio Presidente da República a dar sinais de falta de abertura para o diálogo e para a discussão; e das mais variadas proveniências choveu argumentário pouco sério e intelectualmente desonesto. Querer assimilar ou equiparar os conceitos de “reestruturação de dívida” e de “perdão de dívida” foi só, talvez, o mais acabado exemplo dessa argumentação intelectualmente pouco séria, politicamente pouco honesta e, diz quem sabe, cientificamente pouco exacta. Nesses termos, não há debate que resista nem consenso que possa ser edificado. São expressões sem conteúdo e palavras destinadas a serem levadas pelo vento.
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