Ainda o célebre Manifesto….. vejo por aí que um dos argumentos mais invocados para derreter o texto prende-se com o facto de ele poder preconizar a transferência para as gerações seguintes de dívida que incumbiria às gerações atuais pagar. Creio ser dos argumentos mais sérios, graves e perigosos que podem ser invocados. Estamos a entrar em domínios perigosos. Estamos a arriscar afetar decisivamente a coesão nacional, feita dum contrato intergeracional que não pode nem deve ser posto em causa. Vamos deixar às gerações seguintes essa dívida e esse passivo? Com certeza que sim! Mas também lhes vamos deixar muitos activos de que vão usufruir e que não pagaram, tal como aconteceu com as gerações anteriores relativamente à nossa. Também nós usamos e fruímos de bens pagos pelas gerações anteriores e também estamos a pagar dívida que não contraímos. É perigoso enveredar-se por essa argumentação. E só recorre a ela quem não tem outro tipo de argumentos para apresentar e aduzir. A essência de uma Nação faz-se da coesão das suas múltiplas e sucessivas gerações e não pode ser construída a benefício de inventário, aceitando apenas aquilo que é positivo e recusando o que é negativo, custo ou encargo. É, de todos os argumentos que tenho escutado, perdoe-se-me a rudeza das palavras, o mais estúpido de todos. E além do mais, além de ser falso e destorcido, é perigoso em termos de coesão nacional. Este sim – contribui e potencia o tristemente célebre “cisma grisalho”.