Ainda o célebre Manifesto….. vejo por aí que um dos argumentos mais invocados para derreter o texto prende-se com o facto de ele poder preconizar a transferência para as gerações seguintes de dívida que incumbiria às gerações atuais pagar. Creio ser dos argumentos mais sérios, graves e perigosos que podem ser invocados. Estamos a entrar em domínios perigosos. Estamos a arriscar afetar decisivamente a coesão nacional, feita dum contrato intergeracional que não pode nem deve ser posto em causa. Vamos deixar às gerações seguintes essa dívida e esse passivo? Com certeza que sim! Mas também lhes vamos deixar muitos activos de que vão usufruir e que não pagaram, tal como aconteceu com as gerações anteriores relativamente à nossa. Também nós usamos e fruímos de bens pagos pelas gerações anteriores e também estamos a pagar dívida que não contraímos. É perigoso enveredar-se por essa argumentação. E só recorre a ela quem não tem outro tipo de argumentos para apresentar e aduzir. A essência de uma Nação faz-se da coesão das suas múltiplas e sucessivas gerações e não pode ser construída a benefício de inventário, aceitando apenas aquilo que é positivo e recusando o que é negativo, custo ou encargo. É, de todos os argumentos que tenho escutado, perdoe-se-me a rudeza das palavras, o mais estúpido de todos. E além do mais, além de ser falso e destorcido, é perigoso em termos de coesão nacional. Este sim – contribui e potencia o tristemente célebre “cisma grisalho”.
Pesquisar por
Artigos recentes
Categorias
- Diário (59)
- Diário de Aveiro (71)
- Diário Económico (16)
- Jornal de Negócios (1)
- Jornal Económico (14)
- O Diabo (20)
Etiquetas
Adriano Moreira
Alemanha
Angela Merkel
Berlim
Brexit
Bruxelas
Catalunha
Chipre
Conselho Europeu
De Gaulle
Democracia-cristã
Donald Trump
Durão Barroso
Eleições presidenciais francesas (2017)
Emmanuel Macron
Espanha
EUA
Eurogrupo
França
François Hollande
François Mitterrand
Frente Nacional
Grécia
Helmut Kohl
In memoriam
Itália
Jacques Chirac
Jean-Claude Juncker
La République en marche
Londres
Madrid
Marine Le Pen
Moscovo
Muro de Berlim
NATO
Nicolas Sarkozy
Paris
Partido Socialista Francês
Portugal
Reino Unido
Rússia
terrorismo
Theresa May
URSS
Vladimir Putin