Cavaco Silva veio hoje afirmar não ter “nenhuma informação que aponte para a redução do rendimento disponível daqueles que foram duramente atingidos nos últimos anos, funcionários públicos e pensionistas”. E acrescentou que é mesmo “difícil”, no caso específico dos pensionistas, “continuar a exigir mais sacrifícios”. Foi a isto que a nossa imprensa deu relevo. Acontece que Cavaco disse mais. Disse que “se for necessário reduzir o rendimento disponível de alguém no futuro, tem que ser àqueles que têm elevados rendimentos e que, até este momento, não foram seriamente prejudicados no seu bem-estar”. Creio residir aqui a verdadeira mensagem dirigida ao Governo. E o essencial da intervenção presidencial. Porque, ao afirmá-lo, Cavaco está a dizer, com a autoridade política e institucional que lhe assiste, que até agora a austeridade tem sido mal repartida em Portugal. Que há quem tenha avultados rendimentos e não tenha sido afectado, em igual medida, pelas políticas austeritárias como o foram os funcionários públicos e os pensionistas. Será, seguramente, das mais fortes críticas alguma vez feitas pelo Presidente da República às políticas austeritárias governativas. Resta saber se, no futuro próximo, o Presidente da República irá ser consequente, nos atos, com as palavras que acaba de pronunciar. Não faltará muito para o sabermos.
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